quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ao fim da música

Elogiei teu sorriso

Era uma noite que cortava meus medos

Ela disse que sorria somente por me ver sorrir

Pude então esquecer que meus braços eram fracos

Toquei teus lábios

Ela tremia

Olhava-me com estupenda paixão

Colou-se ao meu corpo e me abraçou

Começamos a dançar a música

Beijei teu pescoço

Corri minhas mãos sobre teus cabelos

Sei que ela se sentiu protegida

Rompiam-se meus vazios

Beijei teu rosto

Senti teu cheiro

Teu corpo arrepiava e suava frio

E no detalhe a música se acabou

E ela escapou-se

Hellinho Ferreira

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O mesmo

Ainda sou o mesmo

Sei e vejo que muitas coisas mudaram

Cabelos pintados nos normais daqueles dias

Trajes descobertos em quem se dizia tímida

Mais eu ainda sou o mesmo

Sentindo as mesmas dores de um dia de partidas

E minhas mãos que tocavam a pureza... Agora se fecha

Num tempo que aprendi coisas “escandalosas”

Num tempo que ensinei o que nem eu sabia

E meu sopro percorria profundidades completamente limpas

Num tempo onde eu era o único

Num tempo em que fui o primeiro a desabotoar caminhos calorosos

E minha boca passeava no seu pertencente território

E eu continuo mesmo

Hoje sendo apenas mais um

Enquanto a pureza se perdeu nas tentações do mundo

Enquanto a pele se sujou em aventuras arriscadas

E eu ainda estou no meu canto

Eu ainda sou o mesmo

Hellinho Ferreira

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Montanhas e carências

Tem coisas que foram ditas antes

E hoje já não da pra entender

As pessoas são carentes e pronto

Andando só ou não

Captando mágoas sem leis em selvas

Antes tudo era motivo pra acreditar em soluções óbvias

Mais o vento tem seu poder de atropelar sonhos

E não há tempo pra ensaiar fingimentos

Não há tempo para supostas defesas

Ainda parece cedo pra morte vir... Mais a direção é uma só

Montanhas, montanhas, montanhas.

Então não me fale de estratégias de subidas

Não há nada aqui que me faça ver partes capazes

Então não me conte que um beijo motivar-me-ia a ultrapassar montanhas

Minhas mãos secaram o sangue

E as nuvens negras são pra dar clima de velório

Carência não é um sentimento de fracos

Nem um sopro de solidão rotineira

São apenas amantes do amor acreditando na vida

São dependentes de companhia... De proteção

E o que foi dito antes se perde no esquecimento das pessoas

Ou no fingimento do esquecimento

Hellinho Ferreira